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HISTÓRIA DE TANGUÁ

HISTÓRIA DE TANGUÁ

Tanguá, inicialmente, era habitada pelos índios Tamoios. A região de Itaboraí passou a pertencer a Capitania de São Vicente que, desmembrada, constituiu a Capitania do Rio de Janeiro.

Na metade do século XVI estas terras foram divididas em Sesmarias e doadas a Miguel de Moura, que posteriormente as cedeu aos jesuítas que visavam catequizar os índios.

As Sesmarias permaneceram alienadas por 03 anos, quando em 1662 parte dessas terras foram vendidas pelos jesuítas a Manoel Fernando Osório, que fundaria a vila de Santo Antônio do Caceribu, mais tarde Santo Antônio de Sá. Tanguá seria então formado a partir do desmembramento dessas terras.

Uma sesmaria de 9000 léguas (39.204 hectares), foi doada ao Alferes Henrique Duque Estrada, por este ter participado da ocupação portuguesa na costa africana. Por isso veio ao Brasil como grande herói.

Nesta região por volta de 1670, foi erguido pelo dito Alferes, na margem direita da estrada que ligava Itaboraí à Rio Bonito, um casarão, intitulado Solar dos Duques, com casa grande, uma capela ao lado, um engenho e dependências características aos demais solares fluminenses.

O Solar dos Duques, segundo consta, hospedou D. Pedro II e sua Comitiva Imperial, quando estavam de passagem por Itaboraí, provavelmente em 1847. Eram seus donos na época o Deputado Dr. Joaquim Francisco Alves Branco Munis Barreto e sua esposa, Dona Maria José Magalhães Duque Estrada.

Do antigo casarão, infelizmente, hoje nada mais existe senão os escombros e a saudade das pessoas que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Segundo Durval Batista Pereira, O Solar dos Duques, propriedade que contaria hoje, com mais de 330 anos de existência, foi destruída por interesses comerciais. As vastas terras que a circundavam foram divididas e loteadas em pequenos sítios. Hoje neste local se localiza o Bairro dos Duques além da Estação Terrena de Telecomunicações Internacionais via Satélite – EMBRATEL, instalada em 1969.

Posteriormente as grandes possessões de terras foram sendo divididas e vendidas. Por volta de 1880 havia grandes fazendas em Tanguá, das quais três se destacavam, a do Coronel Luiz Pereira dos Santos, a do Dr. Pereira e a dos Bandeirantes.

Todas estas fazendas fabricavam açúcar de forma rudimentar e aguardente, isto até a assinatura da Lei Áurea, pois, com a libertação dos escravos os custos para a fabricação destes produtos ficaram muito altos.

Em 1893 com a Revolta da Armada, o dito Coronel Luiz Pereira dos Santos (Cel. Lulu, como era conhecido), apresentou-se com batalhão de voluntários legalistas, em apoio ao governo o qual, felizmente, não chegou a entrar em combate. Por este ato de apoio ao governo o Cel. Luiz Pereira dos Santos conseguiu junto ao Presidente da República, Mal. Floriano Peixoto, a construção do cemitério e a instalação de um sistema de água encanada para Tanguá, sendo construído no centro da cidade um chafariz que atendia a toda a população.

No ano de 1920, o Coronel Luiz Pereira dos Santos vendeu a sua fazenda por 90 contos de réis à Brandão Franco que construiu, entre 1920 e 1923, a Usina Tanguá (Empresa Agrícola e Industrial Fluminense).

Após a instalação da Usina, deu-se o loteamento da região que favoreceu a criação de Tanguá o 5º. Distrito de Itaboraí, criado por força da Lei Estadual no. 1807, de 15 de janeiro de 1924.

A Usina de propriedade da empresa Brandão Filho em 1930 foi a leilão, adquirida por Manoel João Gonçalves com outro sócio. A Usina se encontrava com instalações precárias, sendo utilizada para fabricação de doces de abacaxi e banana. Até 1933 A Usina de Tanguá era a única destilaria de álcool anidro no Brasil.

No dia 15 de novembro de 1995 realizou-se o segundo plebiscito no qual a população optou pela emancipação, Tanguá foi o “primeiro município” brasileiro em que houve apuração pública de uma votação eletrônica.

 Em 28 de dezembro de 1995 foi assinada pelo governador Marcelo Alencar, a lei que desmembrava Tanguá do município de Itaboraí.

SOLAR DOS DUQUES

A ocupação do território de Tanguá aconteceu por volta de 1670, quando o Alferes Henrique Duque Estrada recebeu da Coroa portuguesa, por ter participado da ocupação portuguesa na Costa Africana, uma Sesmaria de nove léguas quadradas. Nessa região foi construído pelo dito Alferes, o Solar dos Duques, também conhecido como Engenho dos Duques, com a casa grande, capela e dependências características dos demais Solares fluminenses.

Segundo consta, no Solar dos Duques se hospedou D. Pedro II e sua comitiva imperial, quando passava por Itaboraí.

Assim como toda porção de terra doada pela Coroa portuguesa, Tanguá vivenciou no período de colonização o processo escravocrata que até hoje deixou traços da passagem dessa época nas terras que hoje se situam a Cidade, isso está bastante presente em artigos e artefatos encontrados em propriedades ainda existentes da época.

CASARÃO DO CORONEL LUIZ PEREIRA DOS SANTOS (Só existe parte das ruínas)

Embora tendo o título de Coronel, o qual adquiriu não por ser um militar, mas pela grande quantidade de feudo (terras), o então Coronel Luiz Pereira era tido como uma pessoa caridosa, bondosa, pois conta-se que ele organizava em sua propriedade pelo menos uma vez por mês cerimônias religiosas como casamentos, batizados e confissões que aconteciam na Capela Nossa Senhora do Amparo que se localizava dentro de sua propriedade (hoje nas proximidades localiza-se a Câmara Municipal).

BICA DE ÁGUA DO CENTRO DA CIDADE

Em 1893, com a revolta da armada, o Coronel Luis Pereira dos Santos, apresentou-se com um grupo de voluntários legalistas em apoio ao governo. Por este ato, o dito Coronel conseguiu junto ao Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, a construção de um cemitério e instalação de um sistema de abastecimento de água encanada, que vinha da serra do Barbosão, indo até a sede de sua fazenda. No centro da Cidade foi posta uma bica, que atendia a toda população tanguaense. Esta bica tinha uma torneira, e na parte superior um bala de canhão, foi muito utilizada pelos moradores ata 1976, quando o governo do estado concluiu as obras de ampliação do sistema de abastecimento de água em Tanguá.

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

No dia 17 de março de 1878 foi inaugurada a Estação Ferroviária de Tanguá, com a chegada da primeira composição de trens vindas de Porto das Caixas. Esta Estação teve grande importância nas décadas de 20 e 60 do século XX, pois por ela era transportada a produção de açúcar e álcool da Usina Tanguá, que seguia para Niterói para ser comercializada. Portanto, a Estação de Tanguá está vinculado ao processo de desenvolvimento econômico do local. Na época, o centro urbano de Tanguá, bem próximo a Estação, funcionava como entre posto comercial. Os artigos produzidos na região, principalmente o açúcar, eram embarcados na Estação que também era utilizada como local de embarque e desembarque  de passageiros.Além disso ela servia para a comunicações via telégrafo e mais tarde por telefone.

ANTIGA USINA DE AÇÚCAR

Com a chegada da Usina de açúcar em Tanguá, houve o crescimento econômico e populacional, uma vez que o número de habitantes para mão-de-obra de trabalho, não atendia a necessidade da mesma, abrindo assim frentes de trabalho para outros municípios até mesmo outro estados. A Usina também influenciou na localização dos bairros que hoje existe no município.

Naquela época a Usina mantinha um Hospital, onde eram realizados partos, cirurgias e até tratamento de pessoas queimadas. Existia também o Cine da Usina Tanguá (onde hoje se encontra a Igreja Metodista), na Praça Izolito Gambito de Mendonça.

Nesta praça era onde aconteciam as festas populares, como Folia de Reis, Festas Juninas, apresentações de grupos teatrais, musicais, etc. Era uma época em que as famílias, apesar de trabalhadores rurais, tinham melhores condições econômicas e maior oferecimento de lazer.

Na década de 70 a usina deixou de produzir. Após o fechamento da Usina Tanguá, muitos dos seus funcionários ficaram sem trabalho, uns voltaram para sua cidade de origem e outros foram para o campo fazer plantio de diversos produtos agrícolas tais como: quiabo, jiló, aipim, laranja, abacaxi, entre outros produtos. Esses produtos eram os que predominavam na agricultura local e tinham um maior poder de comercialização nesta região.

Com a extinção da Usina, na década de 80 foi instalado nas dependências da mesma a CIBRAN (Companhia Brasileira de Antibióticos), maior empresa de fermentação de antibióticos da América Latina, a qual também abrigava muitos trabalhadores da localidade.

CLÍNICA EGO

A Clínica Ego, de atendimento psiquiátrico, originalmente funcionava em Niterói. A necessidade de expansão e o desconforto dos vizinhos com a atividade a que se dedicava levou à procura de um novo local para sua instalação. A opção por Tanguá, apesar de ser um local mais distante entre os visitados, segundo o Dr. Ivo Lima Kelys, um dos proprietários da clínica, decorreu da reação do povo favorável à instalação, pois a população percebeu a possibilidade de gerar empregos. O desemprego era grande no Distrito por causa do fechamento da Usina.

Em junho de 1971, a Clínica Ego adquiriu o hospital da Usina, que fora desativado em abril de 1965. Posteriormente, as dependências do hospital foram ocupadas pelas freiras Carmelitas, que se deslocaram de Petrópolis, onde seu convento sofrerá danos graves com os deslizamentos de terra.Quando as novas acomodações, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, ficaram prontas, as freiras mudaram-se para o novo convento, onde estão até hoje.

As instalações quando adquiridas estavam em estado precário. Existiam apenas as paredes e muito mato, por isto a clínica só pode se instalar no local em 8 de dezembro de 1971.

A Clínica Ego, além dos empregos que gera, tem uma ativa participação na comunidade. Em suas dependências foram feitas as reuniões do primeiro movimento visando a emancipação do Distrito.

IGREJA NOSSA SENHORA DO AMPARO

O culto a Nossa Senhora do Amparo começou na casa do Sr. Luiz Pereira dos Santos, chamado de Coronel Lulu. Em sua fazenda ou “casarão”, como todos conheciam, existia uma capela em homenagem à santa de sua devoção.

No santuário do casarão, eram celebradas missas, casamentos e batizados.

Após a morte do Coronel Lulu, a fazenda foi vendida, mas as celebrações continuaram a acontecer.

Mais tarde o casarão foi novamente vendido, agora para a família Gonçalves, e, já em péssimo estado de conservação, foi demolido.

Algum tempo depois foi erguida uma nova igreja, próximo à Usina Tanguá, pelo Sr. Manoel João Gonçalves.

Após seu falecimento, a viúva, Srª. Tereza Campins Gonçalves, atendendo pedidos do Pe. Augert e do Bispo Dom Antônio Morais Júnior, doou o terreno e patrocinou a construção da belíssima Paróquia de Nossa Senhora do Amparo.

Esta igreja é referência da arquitetura moderna da região.

EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicações)

Em 1969 foi inaugurada a estação da EMBRATEL, com a presença do Presidente da República, Artur Costa e Silva. Vários locais foram investigados, mas Tanguá foi escolhido por ser afastada de grandes centros, evitando desta forma fontes indesejáveis de interferência nas comunicações e rotas aéreas. Além de oferecer ótimas condições climáticas.

Sua instalação na localidade de Duques ocorreu por ali existir um solo com características rochosas capaz de sustentar as gigantescas Antenas modelo parabólica, usada para as transmissões via satélites e por ter uma localização geográfica meridional privilegiada com realização aos satélites em órbita. Este bairro também tem uma participação efetiva na história do município e até do nosso país, pois a cidade começou de uma sesmaria que pertenceu a família Duque Estrada, daí o nome do bairro “Duques”.